sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sometimes I Feel Like Screaming

Essa música é inspiradora e fantástica.




E como toda música ela traz sentimentos particulares a cada um ao ouví-la.
Sei que todos nós temos momentos em que a cabeça está girando e temos vontade de gritar.
Todos já tivemos muitos momentos como esses mas a cada vez vai ficando mais fácil porque sabemos que vai passar, sempre passa.
Interessante....
Uma vez ouvi a frase: "A gente nasce pelado, careca e banguela, o que vem depois é lucro".
Sabedoria popular.
Mas parece que temos sempre que acumular coisas, sempre vencer, sempre conquistar, sempre mais e mais.
Parece que cada vez mais somos guiados por palavras de ordem do tipo: "Desistir NUNCA, Retroceder JAMAIS" e etc, etc...
Aí eu me pergunto: "Estamos em guerra? Estamos num jogo no qual não podemos perder? Há escassez do que REALMENTE precisamos para estarmos sempre em disputa? Pois se há um vencedor há perdedores."
Muitas vezes agimos como se estivéssemos sempre numa disputa na qual se não vencermos está tudo acabado.
Mas o que nos move para essa disputa? Instinto de sobrevivência?
Acredito que não. Creio que é a vaidade, que é o ego que tem que ser constantemente alimentado com carinhos, afagos e reconhecimento.
São Paulo estava na prisão em Roma quando escreveu a Carta aos Filipenses, gosto muito do capítulo 2 mas o trecho que quero destacar é:

Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.

Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. 
Filipenses 2:3-4

Nos dias de hoje o que mais se ouve é a palavra MEU. As pessoas sempre falam: "O MEU carro...", "A MINHA vida...", "O MEU Deus...", "A MINHA vitória...", "A MINHA alegria...", " A MINHA tristeza...", etc.

Somos tão solitários assim? Falta-nos tanta compaixão? 
Espero que não.
Espero que possamos nos alegrar com o sucesso alheio e nos entristecer com a dor do próximo. A vida deve ser vivida junto dos outros. Devemos chorar e rir juntos para que a tristeza não seja pesada demais por ser carregada sozinha e a alegria não seja escassa e breve por não ter sido compartilhada.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Com uma pequena ajuda dos meus amigos

Me lembrei de uma música hoje.
Uma música que marcou minha adolescência por ser a trilha sonora dos meus Anos Incríveis.

Recomendo que você assista esse vídeo antes de continuar lendo e se precisar de ajuda com a letra e a tradução clique aqui.
A tradução não é muito precisa mas pode te ajudar.
É uma música que sempre me fez pensar sobre o quanto realmente somos capazes de realizar com nossas próprias forças.
E quanto mais o tempo passa mais claro fica para mim que é muito pouco.
Desde pequenos atos até feitos espetaculares sempre precisamos do apoio de quem nos quer bem.
Há muitos anos caminhando para a minha casa tive uma epifania sobre isso.
Acabei guardando isso para mim e hoje me lembrei ao ouvir essa música e resolvi compartilhar.
Nunca conheci meu avô materno. Ele faleceu quando minha mãe tinha uns 10 anos.
O que sei dele são através das histórias contadas por ela.
Seu José Ferreira da Silva, o Ferreirinha.
Ele deve ter sido um cara bem legal. Gostaria muito de tê-lo conhecido e batido um papo com ele. Ele deveria ser um cara bom de conversa.
Meus avós moravam num sítio onde hoje é o bairro de Dona Catarina em Mairinque.
Isso nas décadas de 30 e 40. Portanto dá para se ter uma idéia de como era uma vida difícil e sem recursos.
Das histórias que minha mãe conta ela sempre destaca duas.
A primeira em que meu avô era constantemente questionado pelos outros sitiantes do porque dele fazer os filhos irem para a escola. Eles diziam que isso era bobagem, que era muito melhor colocar as crianças para trabalharem na roça ao invés de perder tempo estudando.
Meu avô sempre respondia que não tinha herança para deixar para os filhos mas que saber ler e escrever era algo que ninguém nunca iria tirar deles.
A segunda era sobre o lado musical do meu avô. Ele era violeiro e fazia as próprias violas, pelo o que minha mãe conta creio que eram violas de cocho.
O que eu tomei consciência a muitos anos atrás naquela noite foi de como o esforço do meu avô para que minha mãe e tios estudassem e os ensinamentos de viola dele para o meu tio Luís, que se tornou violeiro, foi importante para mim.
Sou grato a um homem que jamais conheci e nunca teve idéia de que um dia eu iria existir.
Graças a ele minha mãe sempre teve claro o valor dos estudos e conhecimento e sempre apoiou a mim e meus irmãos nos estudos.
Graças a ele meu tio se tornou violeiro. E foi assistindo meu tio tocar viola que eu comecei a me interessar por música.
Apesar de ser guitarrista e adorar Rock, Blues e Country minhas primeiras influências musicais foram Tonico e Tinoco, Trio Parada Dura e Tião Carreiro e Pardinho.
Graças a meu avô os filhos foram um passo adiante. Através da minha mãe e meus tios meu avô me levou um passo adiante.
E, por mais estranho que pareça, o que eu realmente gostaria é que ele visse o quão longe foi, o quanto frutificou o que ele fez.
Espero poder ser como meu avô. Espero poder fazer algo tão simples como ensinar como se tocar um acorde em um instrumento, mas fazer isso de uma forma que pessoas serão transformadas, serão levadas um passo adiante mesmo que isso seja décadas depois da minha morte.
Obrigado Vô.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

E não é que é verdade mesmo.

Gostei.

"Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um armador solitário construiu a Arca e um grupo de profissionais o Titanic"
Luís Fernando Veríssimo.

domingo, 19 de agosto de 2012

Pegar o gosto

Imaginem a seguinte situação:

Um pai chega até uma escola de ensino fundamental para fazer a matrícula de seu filho e fala para a atendente da escola:
- Vou matricular meu filho na escola para ver se ele pega gosto por esse negócio de estudar. Se depois de um mês frequentando a escola ele gostar de português, matemática, história, geografia e das outras matérias que são ensinadas aqui eu compro o material escolar e o uniforme. Se ele não gostar eu vou retirá-lo da escola, afinal, não vou gastar meu dinheiro com uma coisa que ele pode não querer fazer mais.

Para quem não sabe, privar uma criança de educação é crime.

Toda criança tem direito a educação e é DEVER dos pais e do estado garantir que esse direito seja respeitado e atendido.
Difícil imaginar algum pai fazendo isso.
Mais difícil é descobrir que existem pais fazendo isso.
Já fui procurado por pais que diziam o seguinte:
"Vou matricular meu filho na aula de música mas vou esperar um tempo para ver se ele pega gosto por tocar, se eu perceber que ele tem jeito para a coisa eu compro um instrumento para ele, afinal, não vou gastar meu dinheiro com uma coisa que ele pode não querer fazer mais."

É surpreendente como as pessoas esquecem que ARTE também faz parte da EDUCAÇÃO de uma pessoa, seja ela criança ou adulto.

E, independente de ser ou não uma atitude criminosa impedir que uma criança tenha acesso a educação e a cultura, é triste e vergonhoso essa ser uma mentalidade e opinião arraigada nas pessoas.

Uma criança não deve estudar artes (música, teatro, dança, pintura, etc) porque ela gosta. Ela deve aprender sobre arte e cultura pelo mesmo motivo que deve estudar português, matemática e outras matérias "normais".
Ela deve aprender ARTES porque PRECISA disso para se tornar um cidadão e um SER HUMANO inteligente e completo.

Esse é o gosto de muitas pessoas. Esse é o gosto amargo da ignorância.




quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Recomendo, vai salvar a vida dos seus cabos.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Uma Re-postagem



Publiquei essa coluna tempos atrás no meu site. 
Resolvi republicá-la aqui.
Acho que ando meio incomodado (pelo menos mais do que o costume) com a ignorância coletiva e a mediocridade assumida.
Falando nisso. Você sabe o que é ser medíocre?
De acordo com o dicionário Michaelis online é:

medíocre
adj (lat mediocre) 1 Médio ou mediano. 2 Meão. 3 Que está entre bom e mau. 4 Que está entre pequeno e grande. 5Ordinário, sofrível, vulgar. sm 1 Aquele que tem pouco talento, pouco espírito, pouco merecimento. 2 Aquilo que tem pouco valor.
  
Se falássemos em termos de temperatura da água seria o morno.

Apocalipse de João Capítulo 3, versículos 15 a 17.

“Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; "

A seguir o texto que escrevi a tempos atrás:

"Já faz tempo que tentam classificar as gerações com letras; Geração BB (Baby Boomers), Geração X, Geração Y, etc.
Mas o que tem chamado a minha atenção nos últimos anos é a Geração F, F de Frouxos. Ok, isso não é uma classificação “oficial”, é a minha forma de nomear um grupo de pessoas que infelizmente parece estar cada vez maior. Leciono música a mais de 19 anos e tenho percebido uma mudança significativa no perfil das pessoas interessadas em aprender música. Se hoje temos uma grande facilidade em comprar instrumentos, pedais e amplificadores e acesso a toneladas de informação áudio-visual parece que quanto maior é essa oferta menos pessoas querem realmente aprender a tocar um instrumento musical. A grande maioria quer parecer que toca. Afinal parecer é mais fácil do que ser.
Quando comecei a me interessar por música quem conhecia uma escala pentatônica era o melhor guitarrista do bairro (no meu caso da cidade). Eu e meus amigos fazíamos “excursão” até a casa de quem tinha conseguido comprar um pedal. Qualquer Xerox de uma tabela de acordes ou digitação de escala valia ouro.
Revistas especializadas? Só fui ter acesso no final da década de 80. Tok Pra Quem Toka nº3 com o Dr. Sin na capa.
É, sou praticamente um dinossauro. Mas para não fugir do assunto que me motivou a escrever esse texto vou explicar melhor o que chamo de geração F.
Há muitos anos atrás ouvi uma declaração do Mariozinho Rocha (Diretor Musical da Globo) que era mais ou menos essa: “O computador é uma excelente ferramenta musical mas ele é muito perigoso, pois ele pode fazer com que você pense que sabe algo que na realidade você não sabe”.
Uau! Toda vez que me lembro disso fico pensando no quanto realmente eu sei tocar (isso inclui timbre, sonoridade, dinâmica, rítmica, e mais um monte de coisas que eu acredito que tenha que ter e ser para poder tocar de verdade).
O Band in a Box e outros softwares de acompanhamento e gravação são uma ótima ferramenta de estudo, composição, prática e ensino do instrumento.
Pedaleiras com os presets dos meus guitarristas preferidos também.
Porém se tudo isso for apenas um bem de consumo e não uma ferramenta para construir habilidade e conhecimento acaba mais atrapalhando do que ajudando.
Gostaria de ter começado a aprender a tocar com as facilidades que estão disponíveis atualmente, mas não sei se eu teria aprendido o que sei se tudo já viesse pronto, mastigado, genérico e enlatado como hoje.
Música também é uma indústria e como tal depende do consumo para sobreviver e essa indústria tem como objetivo “engarrafar” e vender o que as pessoas desejam.
Afinal, admita que você morre de vontade de colocar um par de EMG’s na sua guitarra para conseguir aqueles harmônicos do Zakk Wylde ou de comprar aquela pedaleira que simula 40 amplificadores diferentes e mais de 100 pedais para você ter o timbre modelado digitalmente de um verdadeiro amplificador valvulado com um belo Tube Screamer TS-808 empurrando o ganho até as alturas.
Não sou um saudosista e nem um purista radical e xiita do som. Deus abençoe a modelação digital e toda a tecnologia que torna a nossa vida de guitarristas mais fácil e com timbres melhores.
O ponto é que conheço e ouço muita gente que tem um belo equipamento mas não afina a porra do Bend, tem um vibrato de cabra asmática, acha que equalizador gráfico é para ficar fazendo desenho ao invés de cortar e adicionar as frequências necessárias para melhorar o timbre e que não sabe silenciar as cordas que não estão sendo tocadas para evitar os harmônicos indesejáveis que ficam transformando o som do cara em buzina.
Mas é que comprar equipamento é fácil, nada que em 15 vezes no cartão de crédito não se resolva, mas afinar o Bend machuca o dedo, faz bolha e até sangra. Montar o próprio timbre dá trabalho, cansa, enche o saco (seu, da sua família, vizinhos, companheiros de banda e etc.)
Um amigo meu, professor universitário, tem uma explicação para isso: Ele diz que se a pessoa conseguir realizar o sonho dela vai ter que passar a vivê-lo,  pois deixa de ser sonho, vira realidade.
Sonhar é a coisa mais fácil do mundo, mas viver um sonho dá trabalho, cansa, machuca corpo e mente e traz frustração e exige perseverança até que ele se realize. Muitas vezes é mais fácil se boicotar, pois afinal, se for muito difícil a pessoa pode usar a desculpa de que não conseguiu por causa da dificuldade.
E aí? Você vai começar a se esforçar para tocar melhor para poder viver seu sonho ou vai se esconder atrás daquele novo equipamento fantástico que vai, finalmente, te dar o som que você sempre quis?"

sábado, 4 de agosto de 2012

Gerações Perdidas

Para começar pra valer....
Tem uma foto que circula no Facebook em que há um texto falando para o músico se valorizar e não tocar sem cobrar cachê, você como usuário do FB já deve ter visto.
Escrevi o seguinte comentário sobre a foto:


"Concordo com tudo o que está escrito, porém, o maior problema é o baixo nível cultural da nossa população. Mesmo as pessoas com formação universitária desconhecem a boa música. São médicos, engenheiros, advogados, professores universitários, mestres e doutores que apesar do grande conhecimento científico possuem baixo conhecimento cultural. Se iludem ao acreditar que ao enviar os filhos para a Disney ou passearem no museu do Louvre estão fazendo algo efetivo pelo seu desenvolvimento cultural. Ver um cozinheiro preparando uma bela refeição e saboreá-la o faz expectador e apreciador do prato que foi feito mas não o capacita a entender como a gastronomia funciona. Portanto, ir para a França ou assistir a um concerto não faz de ninguém, automaticamente, mais culto, a não ser que aja envolvimento intelectual e AFETIVO com a arte. Tive a felicidade de ser criado por pais que gostavam de boa música e conviver com irmãos que aguçaram meu gosto musical e estético. Infelizmente o meu caso é exceção, a maioria das crianças são vítimas da ignorância cultural dos pais o que gera um círculo vicioso e mais e mais gerações perdidas."

Já vi muita besteira e idiotice paterna e materna nos meus 20 anos de trabalho como professor de música.
É uma pena. Parece que cada vez mais temos crianças abandonadas em sua educação por pais que deveriam ser os mais aptos para isso, afinal, pessoas com graduação + pós + MBA + ETC deveriam estar aptas e DISPOSTAS a sentar-se junto ao seus filhos e ensiná-los sobre qualquer coisa (arte, ciência, vida) mas não fazem isso. Estão ocupados demais e afinal é para isso que existem os professores de plantão nas escolas particulares e caras onde os filhos estudam. Para serem os pais e mães que esses pais não tem a coragem e responsabilidade de ser.

Uma história pessoal.

Minha mãe estudou até a 3ª série de uma escola que ficava a QUILÔMETROS do sítio onde ela morava. Ela vencia essa distância andando a pé (descalça) e de trem. 
Nunca teve uma boa instrução mas se esforçou ao máximo para que eu e meus irmãos estudássemos. Lembro dela sentada ao meu lado tentando me ajudar a resolver as questões de matemática e português que eram mais difíceis para ela do que para mim. Ela NUNCA faltou a uma reunião de pais e mestres da minha escola e sempre estava atenta as minhas notas no boletim.
Graças a esse esforço dela e de meu pai eu e meus irmãos progredimos na vida e nos tornamos cidadãos de bem.

Dias atrás eu ouvi uma reclamação de uma garotinha triste que me disse: "Eu não peço pro meu pai me ajudar com matemática porque ele está ocupado demais trabalhando e não pode me dar atenção e minha mãe não gosta de me ajudar em português e disse que eu tenho que falar com as professoras de plantão da minha escola."
Isso partiu meu coração, ainda mais se levando em conta a formação educacional dos pais dessa criança.
Típico caso de "Casa de ferreiro com espeto de pau".

É uma pena que tantas pessoas se esforcem para serem profissionais de sucesso mas não se dediquem a serem pais de sucesso. 

Por hoje é só.

Boa noite.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Reinício

Criei esse blog faz muitos anos com o intuito de compartilhar e falar sobre música (afinal todo mundo que toca faz isso), mas depois de um tempo removi as publicações e o abandonei.
Fiz um monte de coisa no mundo virtual (site, FaceBook, etcs). Hoje porém resolvi reativar esse blog com um objetivo muito importante.
Ele não é feito para ser popular ou "dar certo". Durante a minha vida pessoal e profissional acumulei muito conhecimento e experiência e resolvi compartilhar com quem quiser.
Como esse blog é sem fins comerciais/políticos/socias/qualquer coisa além da minha satisfação pessoal eu irei alimentá-lo de acordo com minha disponibilidade e vontade.
O conteúdo? De tudo um pouco sobre o que eu gosto e conheço portanto terá:
Música, Guitarra, Política, Anime, Educação, Relacionamento, Doces, Equipamento Musical e principalmente sobre o ser humano.